A COP 30 começa em poucos dias. Mas afinal, como o Brasil, e o mundo, chegam a esse encontro decisivo?
A discussão sobre mudanças climáticas não é nova. Desde os anos 1990, cientistas alertam que as atividades humanas estão alterando o clima do planeta em uma velocidade perigosa. Foi justamente no Brasil, durante a Eco 92, realizada no Rio de Janeiro, que começou a se construir um acordo global para pensar esse desafio. Dois anos depois, em Berlim, nascia oficialmente a primeira COP (Conferência das Partes) inaugurando um encontro anual de negociações climáticas entre países-membros da ONU.
Agora, 30 edições depois, a COP volta ao Brasil, desta vez em Belém do Pará, no coração da Amazônia, um dos principais ecossistemas do planeta e peça central na luta contra o aquecimento global.
Mas às vésperas do encontro, a principal pergunta é: estamos fazendo o suficiente?
O Brasil
O país-sede chega à COP 30 com avanços importantes, como a recente redução no desmatamento da Amazônia, a retomada de políticas ambientais e uma agenda de proteção ao meio-ambiente. Porém, a aprovação de novas licenças para pesquisa de exploração de petróleo na Margem Equatorial, na foz do rio Amazonas, coloca em dúvida os compromissos das autoridades brasileiras com a transição para uma economia de baixo carbono. O Brasil quer liderar a pauta climática, mas ao dobrar a aposta na exploração de combustíveis fósseis, dá um mau exemplo ao mundo.
O mundo
No cenário global, quase todos os países já apresentaram metas para reduzir emissões de gases de efeito estufa, e os países ricos prometeram aumentar o financiamento climático para apoiar nações em desenvolvimento na sua transição energética. Mas, na prática, os avanços são insuficientes. As emissões globais de CO2 continuam em nível recorde e o planeta segue fora da rota do Acordo de Paris, que estabelece o limite de 1,5°C de aquecimento até o fim do século.
Se nada mudar, a atual trajetória leva o mundo a um aumento entre 2,5°C e 3°C, um cenário considerado de alto risco pelos cientistas.

Um planeta de 2,5°C a 3°C mais quente traria impactos graves e permanentes:
- Aumento de desastres climáticos
- Ondas de calor extremas e mais letais
- Incêndios florestais de grandes proporções
- Estresse hídrico e crise de abastecimento
- Perda de áreas agricultáveis e insegurança alimentar
- Milhões de refugiados climáticos e colapso de sociedade inteiras
- Derretimento acelerado de geleiras e aumento do nível do mar
Este é o momento de acompanhar de perto, cobrar transparência e exigir responsabilidade. O clima não é pauta de um governo, é pauta de toda humanidade.